26 outubro 2006

Toca e foge...

Isto até é divertido! Tem dado algum gozo escrever para aqui umas patacoadas.
Mais que um exercício de português, acaba por ser um exercício de imaginação. Dá alguma luta!

Um tema até pode surgir naturalmente mas o seu desenvolvimento requer um pouco mais de esforço mental. Além do mais, depende em muito do estado de espírito, da disposição com que é abordado. A abstracção é possível, focando a concentração numa escrita imparcial, mas isto não é jornalismo.
A fórmula do Onde? Quem? Quando? Como? aqui não resulta, mesmo que acompanhada do Porquê?.

Não deixa de ser interessante, mesmo sem eco, sentir que há leitores. Exige um pouco mais de responsabilidade. Não que eu tenha vergonha alguma, mas o anonimato com que aqui redijo as minhas notas, disfarçado com um pseudónimo de desenho animado, só é válido para quem não me conhece. O anonimato é relativo.

Dou-vos um exemplo:
Houve um Rómulo que também era Vasco da Gama e tinha um apelido pelo qual também respondo. Esse Senhor escreveu, descreveu, historiou e divulgou a ciência contribuindo para o desenvolvimento do ensino em Portugal, sendo respeitado e apreciado nessa sua actividade.
Com outro nome deleitou uma nação com poemas que provaram que a língua está viva. Arrebatou deliciosamente a alma lusa... fê-la sonhar... "que o sonho comanda a vida."
Para muitos ele foi, é e será anónimo... com ou sem pseudónimo.

Os pseudónimos e heterónimos são disfarces e subterfúgios.
O anonimato nomeado é a revelação de uma vida ou actividade paralela, talvez complementar. Ou a constatação pública de uma esquizofrenia irreversível.
Mas esse disfarce permite, tal como aos super-heróis dos desenhos aos quadradinhos, um sentimento de integridade (e impunidade) quando se mistura com a plebe. E possibilita a distância necessária para que se possam avaliar os estragos dos desastres que se escrevem.

Aqui, disfarçado sob as barbas ruivas do meu falhado herói do oeste, os meus dedos tecem estes textos, neste tear de letras em que se passeiam com familiaridade, em experiências surdas de um espírito que se diverte e entretém com pouco. Como uma criança que foge pela rua depois de tocar à campainha de uma porta desconhecida.


Desta vez não vos faço a papinha toda. Mas dou-vos um empurrão, utilizem o vosso motor de busca preferido na Internet, coloquem no campo de pesquisa a frase seguinte:
"O comum das pessoas pensa que as coisas têm de ter um limite: o limite é onde termina o que conhecemos."
Descobrirão um nome que, se para vocês é anónimo, poderá e deverá deixar de o ser.

1 Anotação:

Anónimo anotou...

Ora bem... parece que temos aqui uma evolução para muito melhor.
Aparentemente foi uma questão de "aprendizagem"; a escrita, com a continuidade está a amadurecer e creio que o mesmo acontecerá com as ideias/temas.
É um passo natural e mentalmente saudável e estimulante.
Continua!
Abraços.