10 outubro 2006

Limbo...

Noticiava um jornal aqui há dias que a Igreja Católica acabou de vez com o Limbo.
Aqui está um conceito que nunca consegui perceber muito bem como se definia e aparentemente agora já não preciso de saber.
O pouco que percebi, é que o Limbo seria um espaço, algures entre o Inferno e o Céu, em que seriam depositadas as crianças não baptizadas.

Mas não percebi até que idade uma criança teria acesso a este espaço que, não sendo de felicidade plena, não seria de sofrimento.
Seria a idade legal? E que idade legal? Aquela em que podiam ser responsabilidadas perante um tribunal? Aquela em que poderiam consumir álcool? Isto varia de país para país.

E aquelas crianças que não foram baptizadas porque os seus pais professavam uma qualquer outra religião?
Seriam já consideradas culpadas por ainda não terem direito à escolha?
Ou eram consideradas inocentes e estariam habilitadas a um lugar no Limbo?

E os putos que tinham pais influentes? Que conseguiam meter uma cunha para que o filho entrasse nesse Limbo sem fazer os exames necessários ou sem sequer ir às entrevistas?

E as regras de bom comportamento? Do género daquelas que o Pai Natal aplica para determinar se o menino ou menina devem receber presente este ano? Seriam aplicadas? Ser-lhe-ia negado o acesso, se o crianço tivesse passado mais tempo a comportar-se de forma inapropriada do que a ser bem comportado?

Seria, portanto, uma espécie de orfanato gerido pela Igreja Católica, onde eram recolhidos os menores a quem não molharam a cabeça com água benta.
Com a quantidade de escândalos, por maus-tratos ou violações de menores, entre outros, que vieram a público sobre as instituições de crianças geridas por católicos, é compreensível que o Limbo também seja fechado.

Também não sei ainda, o que se vai passar agora com os largos milhões de meninos e meninas que estavam no Limbo desde o século V.
Uma vez que a medida tem efeitos imediatos, o Limbo estará a ser demolido.
Será que acautelaram o espaço e os recursos necessários para as acolher? Seja lá onde for...

Nota do avesso:
Parece que a dança do Limbo não foi abolida, podemos continuar ver as miúdas e graúdas a tentar passar por baixo da barreira ao som daquela música ritmada.

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