13 outubro 2006

Azar...

Hoje é sexta-feira e há quem dela tenha receio por ser o décimo terceiro dia do mês.
Para mim é uma sexta-feira que, tal como todas as outras sextas-feiras, me inspira serenidade e excitação.

Saio de casa de manhã com um esboço de sorriso nos lábios, que só não é mais definido devido à hora madrugadora.
Diria até que os meus olhos teriam mais brilho, mas isso apenas se conseguisse mantê-los abertos. Para as minhas pálpebras, os níveis de luminosidade matinal são sempre demasiado elevados e estas, sendo perfeitamente autónomas, insistem em fechar-se para proteger as minhas pupilas ainda dilatadas.

O dia passa, nem devagar nem depressa, ao ritmo dos outros dias da semana, sinto uma ansiedade crescente e, paradoxalmente, estou tranquilo.

Ao abandonar o escritório, desejando um bom fim-de-semana aos meus colegas, reconcilio-me com a dureza da semana que termina.
Já na rua, os meus sentidos estão mais apurados. O ar mais frio acaricia-me a face e invade as minhas narinas com os cheiros outonais. O Sol já desceu muito abaixo do horizonte, deixando apenas uma aura laranja escuro, num céu nocturno onde já brilham outras estrelas.

Chegado a casa, já depois de uma boa refeição, os músculos relaxam acusando a tensão e o cansaço acumulados. O corpo está dorido. O cérebro deambula por assuntos diversos, permitindo-se a indulgência de divagar sem rumo aparente.

Hoje é sexta-feira e para mim é sempre um dia de sorte. É a véspera do descanso entre dois assaltos e chegando ao fim da semana quase K.O. sou salvo pela campainha.

Pequena anotação...
Hoje não joguei naqueles jogos dos milhões, se não me saísse o prémio seria tentado a dizer que sexta-feira 13 é um dia de azar.

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