08 novembro 2006

Metades...

Pelas minhas contas, feitas assim à pressa e a contar pelos dedos, quarenta e nove cêntimos é menos de metade de um euro e quinze cêntimos. Talvez não seja muito menos mas acho que é menos.
Um respeitado jornal, à venda nas bancas portuguesas e disponível na rede global, desmente-me em público, esclarecendo ainda os seus leitores que além de 49 cêntimos serem claramente mais de metade de 1 euro e 15 cêntimos, 47 mil euros representam mais de metade de 110 mil.

No contexto a notícia peca por defeito, ou seja, chegamos à conclusão que se a coisa for para a frente vamos pagar menos do que mais de metade do preço médio dessa coisa. Com este efeito surpresa a jornalista dá algum alento aos portugueses, que sabem que o Orçamento de Estado, agora em discussão, conterá erros de interpretação numérica semelhantes aos que eu cometi. Será por estes números terem dois ou mais algarismos?

Mas enfim, isto desanima. Tenho a sensação que os jornalistas que andam pelas redacções dos jornais não fizeram sequer a quarta classe. Se a fizeram foi a cabular.
A língua portuguesa é enxovalhada e a matemática é engendrada à martelada.

Mais haveria para dizer sobre os conteúdos noticiosos dos jornalecos que por ai circulam. Mas para finalizar este assunto e porque não quero ser considerado pela Amnistia Internacional como desrespeitador dos direitos dos animais, pois já é não é primeira vez que casco nos jornalistas, afirmo apenas que, com a influência que a comunicação social possui nos tempos que correm, percebe-se que os putos não saibam fazer contas, interpretar números ou escrever português correctamente.

Estes assuntos provocam-me azia.
Desculpem o incómodo mas esta notícia foi apenas o pretexto que precisava para destilar algum azedume.

A notícia que referi encontram-na aqui:
http://jn.sapo.pt/2006/11/08/primeiro_plano/preco_roaming_pode_cair_para_mais_me.html

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