01 abril 2012

Ficção Ciêntifica hoje

 
Uns grupos de cientistas, para lidar com as suas inaptidões sociais(1) resolveram passar uma temporada enterrados, numa gruta dos Alpes italianos. Só para ver chegar umas partículas que vêm da Suíça, sem pagar portagem e sem apresentar identificação na fronteira.

Em Setembro de 2011, uns quantos desses cientistas chanfrados(1) assomaram-se à entrada da gruta e gritaram ao mundo para chamar a polícia! Existia um resquício de prova de que a velocidade da luz, limite máximo de velocidade definido pelo código da estrada do Universo (tal como passado a limpo pelo Alberto(2) em 1905), tinha sido ultrapassada, por um conjunto de neutrinos destrambelhados e sem travões numa dessas travessias dos Alpes... e eles queriam que alguém os multasse.

Ora como aquilo se passou em Itália e os carabinieri têm mais do que fazer do que tomar conta do trânsito, porque o código lá é um mero conjunto de regras indicativas, e porque não há mal num pouco de excesso de velocidade... afinal nem excederam a tolerância.
E todos sabemos quão inclinados são os Alpes nalgumas daquelas escarpas, veja-se lá a velocidade que os tipos da descida livre atingem!

Entretanto um outro grupo de cientistas-toupeira, emergiu para afirmar que afinal os neutrinos não foram cronometrados em excesso de velocidade porque, ao que parece, o equipamento não estava devidamente calibrado. Repetiram as medições e o neutrinos afinal até são partículas bem comportadas.

Ora eu fiquei decepcionado! Embora me tenham dado argumentos para refilar com a Brigada de Trânsito na próxima vez que for "cronometrado" em excesso de velocidade na A1; sempre tive muitas dúvidas de que aqueles radares estejam devidamente calibrados, afinal o princípio de funcionamento daqueles aparelhómetros baseia-se na velocidade da luz(3) emitida por eles e reflectida pela viatura onde me desloco.

Mas fiquei decepcionado porque o ano de 2011 correu tão bem para os aficionados da ficção científica... e 2012 já começou arranjar dificuldades.
Em 2011 ano tive a impressão de estar a assistir a uma revolução.
E não estou a falar da Primavera Árabe.

Refiro-me a ter a sensação de estarmos a caminhar a passos mais seguros para dominar as tecnologias que nos permitem acreditar (ainda) mais fervorosamente nas possibilidades que os mestres descrevem nos seus escritos sobre o futuro(4).

E acho que o entusiasmo com que li a notícia da possibilidade dos neutrinos terem ultrapassado o limite que é a velocidade da luz, só talvez seja comparável ao meu entusiasmo quando descobri que tinha uma bicicleta nova na varanda.
Com ela podia pedalar até onde eu quisesse... se a velocidade da luz não for realmente um obstáculo então também podemos ir até onde quisermos... ou quase... um dia.

Ainda não perdi a esperança de que, ainda no meu tempo, seja possível construir uma Warp Drive.

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(1) É do conhecimento público que pior do que um engenheiro a viver em sociedade só alguém com formação em Física... e se forem investigadores então!... até falam numa língua desenvolvida por eles, um código que só eles conseguem decifrar (e não todos!)... chanfrados portanto.
Até porque quem é que no seu perfeito juízo se lembraria de disparar umas partículas que ninguém vê, a partir da Suiça, através da rocha dos Alpes, para as tentar (e conseguir!!!) apanhar numa caverna em Itália a mais de 730km de distância?

(2) Albert Einstein, em 1905, escreveu uns artigos científicos importantes, entre eles o da teoria da relatividade restrita e um outro onde a famosa fórmula
E = mc2 foi apresentada ao mundo.
Não vou aqui explicar nada do que ele escreveu, mas é necessário dizer que a humanidade avançou muito, enquanto espécie, devido a essas publicações.
Tenho, no entanto, de referir, que para mim, são apenas uma das interpretações possíveis do universo como o conhecemos... quero acreditar que não são definições únicas e absolutas.

(3) Na realidade o radar baseia-se na frequência da luz e não na sua velocidade.
Na sua dupla personalidade, verdadeiramente esquizofrénica, a luz emitida pelo radar comporta-se como uma onda e não uma partícula. Uma onda que é reflectida pelo objecto e recolhida pelo aparelho que mede o desvio na frequência causado pelo efeito de Doppler. Acham que o sr. guarda se deixa enganar?
Ah! É verdade, quase que me esquecia: Oh mãe! Fica tranquila porque não ando em excesso de velocidade, nem na A1 nem noutra A qualquer... foi só uma figura de estilo.

(4) Foram várias as descobertas e inovações apresentadas ao mundo que aproximam a realidade da fantasia, aqui ficam dois exemplos:
- Materiais que se regeneram a fazer lembrar o modelo T-1000 do Terminador implacável
- Controlo remoto com a mente a la Avatar

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